Mitos sobre Facas e Afiação

Quando uma afirmação ou crença é repetida constantemente durante muito tempo, acaba tornando-se verdade para muitas pessoas e, quando isso ocorre, acaba gerando um mito, uma crença irreal. E o meio da cutelaria não está isento de crenças e mitos que se propagaram ao longo dos tempos, principalmente em relação às teorias sobre os melhores métodos de afiação de lâminas de facas e o que danifica seu fio. Apesar dos mitos serem por si só falsos, irreais, sem contar com qualquer comprovação que os sustente, muitos deles contam com explicações que justificam seu surgimento e propagação. Confira a seguir alguns dos mitos mais propagados na cutelaria artesanal e que certamente muitos cuteleiros já acreditaram:

1 – Facas forjadas são mais fortes

Mito! Historicamente, este mito tem um fundo de verdade, isso porque, no passado, o aço em sua forma mais bruta continha muitas impurezas, logo, o processo de forjamento eliminava muitas delas, ajudando a produzir um material mais conveniente para o cuteleiro fazer a lâmina de uma faca. Mas com o passar do tempo e o avanço do processo industrial da produção do aço e das técnicas de produção de facas artesanais, essa afirmação não se aplica mais e é tida como um mito.

2 – Aço inoxidável não enferruja nem mancha

Mito! Que o aço inoxidável é mais resistente à corrosão do que os demais aços com alto teor de carbono, isso é fato. Porém, apesar do próprio nome ser “aço inoxidável”, ele não é 100% livre de manchas de oxidação ou ferrugens e, por isso, ainda deve receber os cuidados habituais para evitar corrosão, principalmente após contato com a água.

3 – Não existe têmpera mágica

Verdade! Apesar de ser bastante conhecido no meio da cutelaria que fazer a têmpera em noites de determinada lua ou ainda, usando sangue, urina, vinho ou outras substâncias estranhas, possa melhorar a qualidade da lâmina ou o seu potencial de corte, nada disso é verdade ou tem algum embasamento científico comprovado.
Mas afinal, de onde surgem estas especulações? A origem desse mito pode ser tanto devido às substâncias que estavam disponíveis para as pessoas fazerem a têmpera do aço na antiguidade, quanto à esperteza de alguns cuteleiros, que incluíam essas substâncias à têmpera com argumentos surreais para cobrar mais por suas lâminas. Será que hoje alguém pagaria a mais por uma faca porque sua lâmina teria sido forjada com vinho ou sangue, em uma noite de lua cheia?

4 – Não existem facas que nunca precisam ser amoladas/afiadas

Verdade! Isso porque não existe uma faca que nunca perca o fio. Podem sim, existir facas muito boas que necessitem ser afiadas com menor frequência que outras. E justamente esta mesma característica também faz com que estas facas sejam bem mais difíceis de serem afiadas, principalmente devido a seus materiais de fabricação. Por isso, desconfie se alguém lhe oferecer uma faca com o argumento que ela nunca perde o fio ou com a garantia de afiação por muitos anos.

5 – Lavar as facas em água quente e cortar cebola e legumes tiram o fio das facas

Mito! Não se sabe exatamente de onde surgiu esta teoria, porém, não é verdade! A faca feita com um bom aço, seja aço carbono ou aço inox, sofre retenção no fio conforme o teor de carbono do aço, sua têmpera e pelo próprio uso. Ou seja, à medida que uma faca vai sendo utilizada, isso sim, vai perdendo o fio, mas não apenas por ser utilizada no corte de legumes ou de cebola, em específico.

Como pôde ver, são vários os mitos em torno da afiação e qualidade da lâmina de facas. Como uma boa faca é essencial para quem cozinha, o importante é conhecer e utilizar o tipo de faca específico para o corte a ser feito, seja em carnes, legumes, verduras ou frutas. Além disso, para manter a boa qualidade de afiação das suas facas, alguns cuidados são fundamentais, como manter as facas sempre limpas, afiadas com chaira e guardadas separadamente dos outros utensílios de cozinha.

Mas, como existem muitas dúvidas em relação ao que tira o fio das facas, segue abaixo um breve resumo do que realmente pode danificar o fio de uma faca, confira:

1. Usá-la sobre superfícies mais duras que o aço, como pratos de porcelana e vidros, o que inclui as tábuas de vidro, que vem sendo cada vez mais utilizadas nas cozinhas, enquanto as tábuas de madeira e de plástico, não ofereciam este risco de dano às facas.
2. Materiais abrasivos, como por exemplo, o lado áspero da esponja, também costumam danificar o fio das facas, tanto quanto uma afiação incorreta. Por isso, é importante realizar os movimentos de afiação sempre no ângulo do sentido do fio e observando a agilidade nos movimentos.
3. Corte de materiais duros: Para cortar ossos, por exemplo, o mais indicado é não usar a faca tradicional, porque pode prejudicar seu fio. Para estes casos, o mais indicado é o uso de um cutelo, que é uma faca especial para esse tipo de corte.
4. Falta de cuidado no uso: O cuidado é essencial no manuseio de qualquer ferramenta ou utensílio, para prolongar sua vida útil e manter sua qualidade. No caso das facas, cuidados simples, como ao tirar a carne de churrasco do espeto, observar para cortar apenas a carne e não o espeto, evita a perda do fio da faca;
5. Falta de cuidado ao guardá-las: Ao guardar as facas de corte, é preciso ter um certo cuidado, se não quiser que elas estejam sem fio quando for usá-las novamente. Por exemplo, se for guardar em uma gaveta, junto com outros talheres e utensílios, o ideal é que ela seja guardada dentro de sua bainha, pois isso protegerá o fio contra colisões.

Fica a Dica!

As facas feitas com um bom aço, seja carbono ou inox, têm a retenção do fio ditada pelo teor de carbono do aço, pela têmpera, revestimento do aço e pelo próprio uso. Quanto mais temperada, mais dura ela será e por consequência melhor será o seu fio.

Na hora de escolher uma faca de qualidade, conte com a linha de facas e chairas da Costa e Fio. Produzidas em aço inox AISI 420, são tratadas termicamente e com acabamento refinado, com cabos produzidos com canela de boi, proporcionando maior empunhadura e durabilidade. Confira a linha completa de produtos no site.